Ninguém faltou ao Cult(o)

Ninguém faltou ao Cult(o)

O Coliseu do Porto foi incendiado pelos The Cult na noite passada, celebrando 40 anos de rock gótico com a tour 8424. Ian Astbury e sua banda entregaram uma performance inesquecível, unindo fãs de todas as idades num espetáculo vibrante e nostálgico. Uma noite memorável para todos os presentes.

Na noite de ontem, o Coliseu do Porto foi palco de um evento épico que ficará na memória de todos. Os lendários The Cult trouxeram a sua tour comemorativa “8424” à Cidade Invicta, celebrando 40 anos de grandes hits de rock gótico. A banda, composta por Ian Astbury, Billy Duffy, Grant Fitzpatrick e John Tempesta, entregou um concerto que não só honrou a sua longa carreira, mas também contribuiu para a degradação saudável do icónico Coliseu.

Antes da entrada triunfante dos The Cult, a noite começou com Lys Morke, que apresentou um set de música eletrónica experimental. Infelizmente, a resposta do público foi morna, pois os fãs estavam ansiosos pelo rock visceral dos The Cult. Lys Morke fez o seu melhor, mas os samples eletrónicos não conseguiram rivalizar com a expectativa por guitarras e baixos potentes.

Quando os The Cult subiram ao palco, o Coliseu estava mais lotado do que em qualquer outra noite que me lembro. A média de idades rondava os 50 anos, mas isso não impediu os “cotas” de viverem uma verdadeira aula de fitness, movidos pelo entusiasmo e pela cerveja, que parecia obrigatória. A atmosfera era uma reminiscência das noites no Batô e no Tendinha, locais emblemáticos para os amantes da boa música na Invicta.

A banda abriu com força, começando com “In the Clouds” e “Rise“, aquecendo o público para o explosivo “Wild Flower“. A partir daí, foi uma maratona de energia, com a audiência a saltar, gritar e cantar sem parar. Clássicos como “Star“, “Mirror“, “The Witch“, “Phoenix“, “Res Joe” e “Edie” prepararam o terreno para a icónica “Sweet Soul Sister“. O público, inabalável, curtiu cada momento, esquecendo qualquer dor ou cansaço.

Quando “Lucifer” e “Firewoman” incendiaram o Coliseu, parecia que o teto ia desabar de tanto entusiasmo. A seguir, “Rain” trouxe uma onda de nostalgia, enquanto o concerto se aproximava do fim. “Spirit Walker” e “Love Removal Machine” encerraram o set principal com chave de ouro.

O encore começou com “Brother Wolf” e culminou de forma apoteótica com “Sanctuary“. Foi, talvez, a música onde a voz de Ian Astbury menos brilhou, mas pelas melhores razões: o Coliseu estava em uníssono, com todos a cantar e celebrar a magia do rock.

Ao final da noite, a saída do recinto foi marcada por um misto de alegria e tristeza. A satisfação de ter presenciado um espetáculo tão grandioso era evidente, mas a consciência de que momentos como este são raros deixou um gosto agridoce. Nada do que se escreva faz justiça à unicidade do que acabara de acontecer. The Cult provaram, mais uma vez, que são uma força imortal no mundo do rock gótico, e o Coliseu do Porto jamais esquecerá a noite em que foi incendiado por estas lendas vivas.

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